Olho d'água, v. 16, n. 2 (2024)

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Mito, oráculos e práticas religiosas em "Édipo rei", de Sófocles

André Gardesani

Resumo


Édipo rei, tragédia escrita por Sófocles, representa uma importante fonte de estudo sobre a religião na Grécia antiga. O dramaturgo incorporou à peça diversos elementos pertencentes à crença e à religião grega. Tanto a tragédia, como seus antecedentes míticos retratam práticas oraculares, recursos divinatórios, profecias e premonições, além de serem marcados pela influência da vontade divina e do destino na configuração da maldição que se abateu sobre a família dos Labdácidas, atingindo Laio, Jocasta, Édipo e seus filhos. A partir dos estudos de diversos helenistas e mitólogos, como Jardé, Campbell, Eliade, Vernant e Zaidman, pretende-se discutir como elementos mitológicos e religiosos são utilizados na peça para refletir sobre as ações e decisões das personagens, especialmente as relações entre humanos e deuses. Além disso, procura-se demonstrar que o mito, como matéria-prima da tragédia, ao lado das práticas religiosas insertas no texto, funciona como forma de controle coletivo e social, endossando um código moral, bem como suprindo as necessidades espirituais do homem grego.


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