As vozes na crônica de Rubem Braga: abordagem dialógica do discurso
Resumo
A crônica é um gênero que se aclimatou no Brasil e podermos dizer que o seu discurso é essencialmente dialógico, uma vez que o escritor, ao produzir à crônica, orquestra as réplicas aos enunciados de um dado contexto histórico, as quais podem ser de concordância ou discordância (parcial ou total). Este artigo tem como objetivo a abordagem dialógica do discurso, apoiada na perspectiva bakhtiniana, na crônica O conde e o passarinho, de Rubem Braga. Na qual se percebe a denúncia social e a ironia velada, por meio da entoação do enunciador, além do seu posicionamento socioideológico com o cenário econômico da década de 30. Após o estudo das vozes nessa crônica, tivemos como resultado, que ela é um gênero engajado com as questões socioeconômicas de uma época. Percebe-se, pois, o tom de denúncia, que confere o julgamento de valor do enunciador, sobre os fatos cotidianos.
The chronicle is a literary genre acclimatized in Brazil as an essentially dialogical discourse, considering that the author produces the chronicle by dialoging with the statements of a given historical context in agreement or disagreement (partial or total). This article analyses Rubem Braga’s chronicle O conde e o passarinho through a dialogical approach of discourse, based on a bakhtiniana perspective. In Braga’s chronicle, it is possible to identify social critique and veiled irony, through the enunciator’s voice and ideological positioning within the economic scenario of the 1930s. The study of the voices in this chronicle shows a genre engaged with socioeconomic questions of its time. It is clear, therefore, the tone of complaint, which displays the enunciator’s judgment on everyday events.
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