Olho d'água, v. 7, n. 2 (2015)

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Poéticas da náusea em Clarice Lispector

Carolina Hernández Terrazas

Resumo


Clarice Lispector é a representante máxima da inovação da linguagem e da busca interior século XX, também chamada narrativa intimista. Cultivada no espírito das correntes que predicavam a liberdade do homem e o repúdio ao normativo, a produção literária de Clarice Lispector vincula-se ao existencialismo de Jean-Paul Sartre. O objetivo deste artigo é comprovar que a escrita de Clarice Lispector encarna o sujeito moderno por excelência. Ela vive a modernidade como um processo nauseabundo. Gostaria de chamar esse processo de náusea literária, na medida em que, apesar de sua origem anímica, social, psíquica ou filosófica, sua solução é, sem dúvida, artística, e seu desfecho é a própria escrita. O objetivo final deste artigo é questionar as relações entre a concepção de “náusea” cunhada por Jean-Paul Sartre e Maurice Merleau-Ponty e a “náusea contemporânea” reinventada por Clarice Lispector.

 

Clarice Lispector is the utmost representative of the Twentieth-Century type of “intimate narrative” marked by linguistic innovation and deep inner quest. Cultivated in the spirit of the movements that sought human freedom and eschewed normativity, Lispector’s literary writings bear links with Jean-Paul Sartre’s existentialism. This paper aims to show that Lispector’s writings embody the modern subject par excellence. She experiences modernity as a nauseating process. I call this process literary nausea because it is undoubtedly worked out in art, culminating in writing itself, despite its emotional, social, psychological and philosophical roots. The final aim of this paper is to examine the links between the concept of nausea developed by Sartre and Maurice Merleau-Ponty and the contemporary nausea reinvented by Lispector.


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