Ao redor de um enigma: a estética da dor em Meridiano de sangue e Hiroshima
Resumo
RESUMO: Esse ensaio parte da leitura de dois livros, Meridiano de Sangue ou O rubor crepuscular no Oeste, de Cormac McCarthy (2009), e Hiroshima, de John Hersey (2002), para tentar pensar o problema da representação de imagens que nos causam horror. O desafio aqui é pensar por que uma obra de ficção, livremente inspirada em fatos históricos, pode provocar um abalo maior que um relato estritamente real, jornalístico. Para pensar esse problema, tomo por base uma passagem da Poética de Aristóteles, em que o filósofo diz que contemplamos com prazer aquelas imagens mais exatas daquelas coisas que olhamos com repugnância na realidade imediata, como animais ferozes e cadáveres (1448b).
PALAVRAS-CHAVE: Cormac McCarthy; Ficção Histórica; Filosofia; John Hersey; Meridiano de Sangue; Teoria Literária.
ABSTRACT: This essay is based on the reading of two books, Blood Meridian, by Cormac McCarthy (2009), and Hiroshima, by John Hersey (2002), to try to reflect on the problem of the representation of the images that cause us horror. The challenge here is to try to understand why a work of fiction, freely inspired by historical facts, can provoke a greater shock than a strictly real, journalistic account. To consider this problem, I take as basis a passage from Aristotle’s Poetics in which the philosopher states that we contemplate with pleasure the more exact images of those things that we look at with repugnance in the immediate reality, such as fierce animals and corpses (1448b).
KEYWORDS: Cormac McCarthy; Historical Fiction; Philosophy; John Hersey; Blood Meridian; Literary Theory.
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