VIDA, AMOR E MORTE EM POESIA: MANOEL DE BARROS E HILDA HILST
Resumo
Neste artigo, a reflexão gira em torno do fazer poético de Manoel de Barros e de Hilda Hilst sob o enfoque temático vida e morte, observando-se o trabalho desses escritores no que se refere ao uso da palavra na construção dos poemas e à subjetividade do poeta impressa na obra, a partir de sua materialidade e da busca de compreensão do significado da existência do ser, seja através da finitude e continuidade deste no ciclo da natureza, seja aproximando no mesmo o caráter divino e humano, passando pelo corpo – sua fragilidade, deterioração, envelhecimento – para chegar ao sublime. Nessa perspectiva, o amor é visto enquanto elemento constituído de vida e morte, como um ciclo que começa e termina, e, portanto, pode abarcar literariamente a experiência humana. No tecer poético de ambos os poetas, a morte é transmutação, portanto, outra vida e, já que “ninguém é pai de um poema sem morrer”, morte é nova vida não só do ser, mas da literatura, uma vez que Manoel de Barros e Hilda Hilst inscrevem nesta, através do caráter crítico de suas obras, um constante questionar-se acerca da produção literária.
Apontamentos
- Não há apontamentos.