A felicidade das máquinas: o triunfo dos dispositivos e o aniquilamento do outro em O apocalipse dos trabalhadores, de Valter Hugo Mãe
Resumo
O tema da felicidade é uma constante na obra de Valter Hugo Mãe. Em O apocalipse
dos trabalhadores, terceiro romance do escritor português, os trabalhadores, representados principalmente por três personagens, buscam a felicidade na quietude da ignorância e da alienação. O ucraniano andriy é uma das personagens mais radicais nessa busca, chegando a colocar para si a tarefa de transformar-se numa máquina, o que inicia o apagamento da sua subjetividade e, principalmente, o aniquilamento do outro. Recuperando as discussões de Giorgio Agamben sobre
o triunfo dos dispositivos e a filosofia da alteridade, de Emmanuel Lévinas, o presente artigo tem como um dos seus principais objetivos investigar a leitura que o romance de Mãe faz da nossa sociedade contemporânea.
The theme of happiness is a constant in the work of the portuguese Valter Hugo Mãe. In O apocalipse dos trabalhadores (The Apocalypse of the Workers), the writer’s third novel, the workers, represented mainly by three characters, seek happiness in the stillness of ignorance and alienation. One of them, the ukrainian andriy, is more radical in this quest, even putting himself into the task of becoming a machine. The search for a “mechanical happiness” causes the erasure of workers’ subjectivity and, above all, the annihilation of the Other. Recovering the discussions of Giorgio Agamben on the triumph of apparatus and the philosophy of the alterity of Emmanuel Lévinas, the present article aims to investigate the reading that Mãe’s novel makes of our contemporary society. In this investigation, a critique of contemporary society was perceived, which is very close to the reprimand that the two philosophers mentioned.
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