A recepção dos clássicos: diálogos entre Fellini e Petrônio
Resumo
Neste trabalho, primeiramente trabalharemos com a ideia de que temos, na direção do romance antigo romano, um amplo, complexo e importante campo de pesquisa que conta com ingente e variadíssimo material de estudo relativo a seu diálogo com obras de arte de várias épocas, desde a Antiguidade até hoje. Em seguida, discorreremos sobre a evidente e declarada intertextualidade entre o Fellini-satyricon e o Satíricon, de Petrônio. Entendemos que, por um lado, se F. Fellini não se propõe a construir a fidelidade de uma tradução justalinear da obra petroniana, e que, se, por outro lado, não busca em Petrônio apenas pretextos para a produção das imagens do filme, ele o terá entendido como uma inteligente base para a articulação de uma intensa fantasia por meio da qual, com a representação de uma vivíssima sociedade plena de elementos heterogêneos (no fazer, no sentir, nas diferenças étnicas) que resgata do romance, discute a sociedade moderna em que permanecem as mesmas imperfeições e contradições humanas, longe ainda de desaparecer.
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