Como noutros países europeus, na segunda metade do século XIX a criminalidade é em Portugal um importantíssimo tema de debate. As diversas crises e a evolução da sociedade contribuem, de facto, para o aumento da delinquência e do crime. Entendida como fenómeno social, a criminalidade exige então reformas do aparelho judiciário e carcerário e torna-se objeto de estudo de novos ramos da ciência em desenvolvimento. A questão ganha também as letras, que fazem do criminoso personagem literária. Com base num corpus constituído por Memórias do Cárcere (1862) e por alguns textos relevantes da ficção camiliana, e centrando-nos mais particularmente na figura da mulher criminosa, veremos neste estudo como Camilo Castelo Branco levou o tema à literatura.

https://doi.org/10.29327/2193714.15.1-6