: Sabemos que as veredas interpretativas da estrada literária são infinitas, dando liberdade para seguir os caminhos desejados em busca de novas significações, bem como sabemos que eventos traumáticos modificam o modo como olhamos e interpretamos as estradas da vida. A junção dessas duas “sabedorias” resultou nesse trabalho: uma leitura pelas lentes pandêmicas de alguns poemas de Pauliceia Desvairada (1922), lido cem anos após sua publicação. Pelas vielas da São Paulo universalizada, este trabalho mostra a experiência traumática coletiva do subjugo de um vírus mortal num país liderado por negacionistas, mediante três poemas: "Os Cortejos", "O Rebanho" e "As Enfibraturas do Ipiranga".