A partir da tese defendida por Eduardo Lourenço (2016), para quem é necessário construir uma nova imagem para Portugal, que permita ao país ajustar-se à sua verdadeira estatura no espaço europeu, este artigo discutirá a revisitação da história no romance A máquina de fazer espanhóis (2011), de Valter Hugo Mãe. Partindo da contextualização da história portuguesa e do conceito de metaficção historiográfica, de acordo com Linda Hutcheon, busca-se repensar a história e a atualização das imagens irrealistas do passado, problematizadas segundo a visão histórica de duas personagens do referido romance: o Silva protagonista e o Silva da Europa.