Olho d'água, v. 11, n. 2 (2019)

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Jovita: a donzela guerreira da guerra do Paraguai

Norma Wimmer

Resumo


Antonia Jovita Alves Feitosa, conhecida simplesmente como Jovita Alves Feitosa, nasceu na fronteira entre Piauí e Pernambuco, a 8 de março de 1848. Em 2017, seu nome passou a incluir o livro dos heróis, no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília. Existem várias versões de seu envolvimento, como soldado voluntário, nas tropas que foram enviadas para o Sul do país, durante a Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1864-1870), assim como acerca das circunstâncias de sua morte. Vários escritores relatam sua história; alguns a associam a Joana D’Arc, enquanto outros não fazem referência a nenhum possível destino místico. Acredita-se que Jovita tenha sabido da invasão da região fronteiriça de Mato Grosso do Sul por ocasião do início dos conflitos e tenha sido levada a alistar-se como voluntária para vingar as mulheres atacadas pelo inimigo. Para realizar seu objetivo, caminhou pela longa distância que a separava de Teresina, vestida de homem, com os seios cingidos, com os cabelos cortados à faca e usando chapéu vaqueano. Mesmo tendo sido desmascarada em uma feira local, embarcou para o Rio de Janeiro usando a patente de segundo sargento. Nos lugares em que o navio

parava, era aclamada pela imprensa. Após sua chegada ao Rio de Janeiro, as notícias sobre ela tornam-se difusas e originam várias interpretações. O presente artigo reconta a história da Voluntária da Pátria Jovita Alves Feitosa sob a perspectiva da donzela guerreira conforme a compreendem Eric Hobsbawm e Walnice Galvão.

 

Antonia Jovita Alves Feitosa – widely referred to simply as Jovita Alves Feitosa – was born on the border of Piauí and Pernambuco, on March 8th, 1848. In 2017, her name was included in the book of heroes, in Tancredo Neves Pantheon of Fatherland and Freedom, in Brasília. There are various versions of the story regarding the circumstances of her participation as a volunteer soldier in the Brazilian troops that left for the South during the Triple Allies War against the Republic of Paraguay (1864-1870), as well as controversies surrounding her death. Her history was recounted by several writers; some of whom associate Jovita with the figure of Joan of Arc, while others make no reference to a possible mystic destiny. It is believed that Jovita learned about the land invasions and the events in Mato Grosso do Sul during the war’s beginning through newspapers. The news made her decide to join Piauí’s volunteer troops to avenge the Brazilian women who were attacked by the enemy. In order to accomplish her objective, she walked the long distance that separated her from Teresina, wearing men’s clothes that hid her breasts, a cowboy hat, and short hair, which she cut using a knife. Even though Jovita was unmasked at a fair, she still left by ship for Rio de Janeiro as Second Sergeant. In every place that the ship stopped, the press praised her heroism. After her arrival in Rio de Janeiro, news about her became blurred and originated several investigations. This paper recounts the history of Voluntária da Pátria Jovita Alves Feitosa from the perspective of the warrior maiden using the framework of theories proposed by Eric Hobsbawm and Walnice Galvão.


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