Olho d'água, v. 14, n. 1 (2022)

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Não basta a ira para ser Medeia: uma leitura crítica de tragédias latinas

Renata Cazarini de Freitas

Resumo


Medeia é a personagem feminina trágica mais identificada com a ira e suas consequências, porém não é a única. Clitemnestra, Dejanira e até Andrômaca e Otávia, em tragédias antigas escritas em latim, se dizem movidas pela ira sem, contudo, alcançarem o status heroico de Medeia. Segundo Sêneca, a ira é a mais terrível das paixões (De ira I.1.1), desenfreada e indômita (De ira I.9.3). Conforme Cícero (Tusc. Disp. IV.21), a ira é uma das paixões subordinadas ao desejo (libido): é o desejo de vingança (ulciscendi libido), cujo gatilho é um sofrimento excruciante (dolor), causado por um julgamento incorreto (opinio/doxa) do que seja um mal (Tusc. Disp. III.23-24). Discute-se neste artigo como a ira pode ser apenas discursiva ou servida por mão cruel.

 

https://doi.org/10.29327/2193714.14.1-9


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