Olho d'água, v. 15, n. 1 (2023)

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Vinte Horas de Liteira: uma viagem literária

Manuel P. Fernandes

Resumo


A obra Vinte Horas de Liteira, de Camilo Castelo Branco, tem peculiaridades que a afastam do subgénero literário comumente nomeado de Narrativa de Viagem. Neste texto, proponho, através da análise, quer do papel simbólico da escolha de uma liteira, quer da falta de elementos comumente presentes no subgénero, considerar que a viagem entre Ovelinha e a cidade do Porto, percurso inscrito nas Vinte Horas, propicia uma relação relevante entre a viagem propriamente dita e a “literatura oral” patente nas narrativas que ocorrem no decurso da viagem. Proponho também que a substituição do espaço exterior pelo contexto literário das narrativas introduz e desenvolve um diálogo subversivo com características fundamentais do subgénero da Literatura de Viagens, aproximando o assunto também da distinção entre “literatura de viagens” e “viagens na literatura”. Segue-se nesta reflexão a ideia levantada por Pavanelo de que o assunto de Vinte Horas não é a viagem, mas o modo como esta é apreendida pela Literatura e, sobretudo, a própria Literatura.

 

 

https://doi.org/10.29327/2193714.15.1-3

 



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