Este texto toma duas questões como pontos de partida. A primeira é o apagamento da Literatura nos documentos oficiais que regulamentam a Educação Básica no Brasil. A segunda é o insistente atrelamento, oriundo do senso comum, entre ensino de Literatura e gosto pessoal. Os dois pontos contribuem para o menosprezo dos estudos literários e, portanto, para um enaltecimento do que pode ser chamado de “impressões de leitura”. As obras literárias selecionadas por algumas universidades para seus vestibulares são, neste texto, entendidas como formas de resistência a esses dois pontos. Para o reconhecimento da importância dessas listas, foi tomado como objeto de estudo o caso específico do romance Amor de perdição, elencado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), nos anos de 2019 a 2022. Para a reflexão sobre como a obra é efetivamente cobrada, foram analisadas duas questões do vestibular de 2021.

https://doi.org/10.29327/2193714.15.1-13